Uma história de amor



Ele, o garoto mais popular e inteligente da escola. Ela, a mais quieta e excluída do grupo por ser diferente de todos. Ambos irão descobrir que escondem uma paixão, uma paixão avassaladora que mudará a vida dos dois.
Théo, era o menino mais bonito da escola, desejado por todas as garotas que ali estudavam e ele tinha todas que quisesse aos seus pés, mas o mesmo já estava cansado de levar a mesma vida, fazer as mesmas coisas e andar com as mesmas pessoas. Já não suportava mais ter aquelas meninas oferecidas correndo atrás dele, como era insuportável ter que agradar a todas, quando na verdade ele queria mandá-las embora e ficar conversando com os amigos em paz. Era bom aluno, o mais inteligente também, o menino certinho que estava a procura de alguém que preenche-se o seu coração, mas ele nunca poderia imaginar que essa pessoa estava tão próxima dele, estudando na mesma escola e na mesma turma que a sua.
Alice, a menina estranha por assim dizer. Não andava em grupos como as outras pessoas e os seus amigos eram iguais a ela, mas não eram da mesma turma e nem estudavam na mesma escola. Ela não gostava de chegar próxima as pessoas, por timidez e vergonha. Era muito bonita, mas devido as roupas que usava, ninguém nunca reparou na beleza que ela carregava. Menina de um caráter que não se vê na maioria das pessoas, também era aluna de ótimas notas, o que causava inveja nas outras meninas, sendo que estas viviam zuando com ela, só por causa do modo de se vestir e essas coisas, julgavam-na por ela não ser como elas.
Foi numa peça de teatro da escola, Théo e Alice seriam os protagonistas por serem os mais responsáveis. Isso custou muito a Théo, pois ele era zuado por todos na escola, como por exemplo: “E Théo, vai pegar a estranha heim, não polpa ninguém cara!”. Ele ficava chateado, pois não gostava de ver diferença nas pessoas.
Começaram os ensaios, mas Alice e Théo quase não se falavam, a não ser nas cenas em que contracenavam juntos. Uma vez, ficou apenas os dois e Théo resolveu puxar assunto:
- Oi, tudo bem?
Alice nada respondeu, ficou quieta e Théo tornou a falar:
- Está com medo de mim? Por favor não fique, eu juro que não sou igual a eles, aliás me incomoda muito o modo como eles se referem a você, para mim você vale muito mais que todos eles juntos. Tudo bem que você ande assim e aja dessa forma, a vida é sua e eles não têm o direito de te mudar.
Alice um pouco nervosa, olhou-o nos olhos, parecia que ia chorar, e limitou-se a falar:
- Pensei que você fosse como eles, mas pelo visto me enganei, é bom saber que você é diferente e especial.
Nesse momento ela abriu um sorriso de leve e Théo a viu pela primeira vez, como nunca tinha visto. Alice levantou-se e perguntou qualquer coisa a ele, mas como estava muito distraído, prestando atenção no sorriso dela, não respondeu e depois que voltou a si, pediu desculpas, cheio de vergonha.
Théo começou a se envolver e se encantar por Alice, se afastou de seus antigos amigos aos poucos, o que despertou desconfiança nos mesmos, mas isso não importava para ele, o que importava agora, era estar do lado dela, até nas aulas ele começou a se sentar perto dela. Théo não sabia explicar o por quê, mas quando não estava com ela ensaiando ou ouvindo o som de sua voz, sentia saudades e Alice a mesma coisa. Eles não sabiam mas estavam se apaixonando.
Alice não era como as outras meninas, ela não era fácil como as outras e Théo foi descobrindo isso aos poucos. Em um dos ensaios, Théo falou à Alice:
- Você sabe que a cena que vamos fazer tem beijo não sabe?
Alice olhou-o e concordou com a cabeça e Théo perguntou:
- Você vai deixar eu te beijar não vai? Se não a cena vai ficar sem lógica, rs - nesse momento ele já estava perto dela.
Théo aproximou-se, puxou Alice delicadamente pela mão, para perto de si, ele não fez nada sem o consentimento dela.
- Vamos ensaiar a cena completa? – perguntou Théo, com o rosto bem próximo do dela.
- Acho que não tem necessidade, na hora improvisamos – respondeu Alice, se soltando de suas mãos.
- Ei, vem cá, não foge de mim, por favor. Por que você não quer ensaiar tudo? Precisamos fazer isso se não no dia vai ficar ruim – falou ele.
Alice começou a chorar e Théo sem saber o porquê e o que fazer, a puxou para si e a abraçou forte contra seu peito. Era a primeira vez que Alice sentia os braços de um menino, o calor de outro corpo, ela não estava habituada a isso. Théo deixou que ela chorasse e depois de um longo tempo perguntou:
- Por que você está chorando? Por acaso falei alguma coisa que lhe chateou? Se foi isso me perdoe, não foi minha intenção.
- Não, você não disse nada – ela baixou a cabeça – não sei se conseguirei fazer essa parte – explicou ela.
- E por que não? – perguntou Théo um pouco espantado.
- Eu nunca beijei ninguém – ela olhou nos olhos dele – e não quero que você me beije para depois ficar sendo zoado pelos outros.
Théo a olhou sem reação.
- Você nunca beijou ninguém?
- Não.
- Rs, ficaria muito feliz em ser o primeiro e eu não me importo com o que eles vão dizer, a opinião deles não me interessa. Sabe Alice, eu prefiro mil vezes você do que eles, não sei, mas toda vez que eu não te vejo ou quando não ensaiamos, eu sinto sua falta – nesse momento ele se aproximou dela e a segurou pela cintura – eu sinto falta de tudo o que é seu, do seu cheiro, do seu sorriso, dos seus olhos, das suas gargalhadas sem sentidos, desse seu jeitinho sabe, rs, esse jeito que só você tem.
- Théo, assim eu fico com vergonha, por favor não me iluda.
- Não estou te iludindo, aliás nunca fui tão sincero em toda a minha vida. Você pode até pensar que não, mas Alice, eu me apaixonei por você. Por favor não fala nada ainda, deixe-me terminar se não eu perco a coragem, porque eu sou mais tímido que você quando se trata de amor, pode parecer que não, mas é a pura verdade. Você é diferente de todas que eu conheci, eu já sabia disso desde o começo, mas nunca pensei que fosse te amar do jeito que eu estou te amando e sabe, eu sinto que você também gosta de mim, se eu estiver errado você me corrige depois, mas eu vejo isso nos seus olhos.
Alice com os olhos cheios de água não conseguiu dizer nada, apenas uma coisa:
- Eu também te amo.
Théo mais uma vez se espantou com a resposta da menina, mas num salto de alegria a pegou no colo e a rodopiou pelo ar, voltando com ela para o chão, segurou seu rosto e falou:
- Eu te amo muito mais – e com essas palavras tocou os lábios de Alice, onde os dois se beijaram apaixonadamente.
Sem medo dos comentários, se assumiram para todos. Théo nunca teve vergonha de Alice e ela sempre teve orgulho dele, viviam juntos para baixo e para cima, enfrentando os obstáculos sempre unidos e superando as brigas que às vezes aconteciam. Alice se tornou diferente, se enturmou com os amigos de Théo, começou a conhecer pessoas novas e assim se seguiu.
O amor dos dois é forte como a rocha, e Théo nunca se cansa de dizer para Alice que ela foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida, que mesmo que ela se canse dele um dia, ele nunca deixará de amá-la, que sempre irá amá-la com a mesma intensidade de quando descobriu que estava apaixonado. Alice apenas o olha e sempre ri dele, dizendo que se ele se cansar dela que ela nunca mais irá procurar outro, mas que ficará esperando que ele volte todos os dias. E assim escreveram uma história de amor.

(Carol Marchi)

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