Quem sabe?
Silêncio. Nada mais havia naquele
vão existente entre eles se não apenas o silêncio. Uma casa vazia, cada um em
seu canto com seus pensamentos e solidão.
Já
não havia mais palavras para serem ditas, nem brigas ou qualquer discussão. Enquanto
um observava a Lua e as estrelas o outro se escondia em meio às cobertas,
jogado na cama. Aonde foi parar o amor?
Mais
um doa que nasce e cada lembrança vai sendo levada a cada rajada de vento, a
cada cair de folha, a cada lágrima derramada.
O
moço se foi e esqueceu a porta aberta, a moça permitiu se olhar só para ver
aonde ele iria. Sumiu. Perdeu-se entre as árvores, encontrou um novo caminho.
Foi melhor assim.
O
café permanece intacto e já começa a esfriar e somente se ouve o canto dos
pássaros, eles sim sabem ser felizes.
O
que restou agora? Sonhos? Medos? Esperança? Um novo amor será? Tudo está
confuso, sempre foi confuso, mas ninguém se habitua a uma confusão que nem
sempre deveria fazer parte da vida.
Está
tudo bem. Ela se acostuma e o coração também, é apenas o amor pregando mais uma
peça. É só o vento levando embora o que nunca lhe pertenceu.
Agora
começou a chover... Quem sabe o moço não volta para se despedir? Quem sabe não
se esqueceu do guarda chuva? Quem sabe não volta para um último beijo, um
último abraço, uma última dança? Quem sabe.
(Carol Marchi)
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