Um malandro que ama

               

Nunca escrevi versos em guardanapos, nunca fui muito fã de escrever, mas hoje sou um bom malandro, do tipo boêmio que escreve canções... Sentado neste banco acompanhado de uma boa cerveja e o velho cigarro no canto da boca... Nada mais me chama atenção do que aquela moça que passa todos os dias, no mesmo horário para um lugar que ainda não sei qual.

Ela é o tipo de mulher que avassala os corações... Que sorriso, que olhar! Eu a observo todos os dias e por apenas algumas frações de segundos queria poder chamar-lhe a atenção, mas ela não é do tipo de mulher que olha para um homem feito eu. Ah se ela soubesse o efeito que tem sobre mim... Se ela soubesse que quando ela sorri o que eu mais tenho vontade é tomá-la nos braços e chamar de minha, protegê-la... Beijar o alto de sua testa e ser tudo o que ela precisa... Ah se ela soubesse o efeito que aquele gingado tem sobre mim e quanto eu a desejo... Não somente o corpo, mas desejo a alma e o coração.

Dizem que homem não ama... Puro papo de machista. Sou a prova de que homem ama sim! Dizem que homem não chora... Mentira! Chorar não vai me fazer menos homem do que aquele que faz pose de marrento só para conseguir o que deseja...

Ah se ela imaginasse o quanto eu tenho medo de pensar que ela está nos braços de outro alguém... Um alguém que talvez não a ame, não a mereça e que a faça sofrer. Como eu gosto quando ela sorri, quando ouço o som da sua doce voz... Tão melódica tão bela. Ela é o paraíso que habita meus sonhos.

Eu sorrio malandro e a observo passar e cochichar com sua amiga... Ah garota! Vem para o meu mundo... Saia da minha imaginação e venha para a minha realidade, vem ser a minha realidade. Largo tudo para ficar contigo, movo céus e terras para sempre ter esse sorriso mágico que melhora o dia de qualquer ser humano, já sou capaz até de escrever canções, poemas e versos nessa mesa de botequim... Assino meu nome e ponho o seu na canção... Conto ao mundo em versos e prosas o que o seu amor fez comigo e do que ele ainda é capaz de fazer.

Fecho os olhos e inspiro o ar... Esse perfume eu conheço bem... Você se apoia em meus ombros, eu abro os olhos e sorrio te pego no colo e rodopio pelo ar... Você sorri feito uma criança e agora eu sei que o motivo sou eu... Na verdade eu já sabia desde quando nos olhamos. Obrigado moça por ser tão perfeita para mim, por me completar e por me deixar te amar... Hoje as mesas se enchem de poesia, pois em cada verso terá um pouco de você misturado com o muito de nós.

(Carol Marchi)