Grandes momentos em enormes lembranças



        


         Eu silenciei o meu violão, levantei os olhos e encontrei os teus. Eram intensos e me olhavam com cautela, cuidado e carinho. Eram curiosos e me despertavam curiosidade. Sorri tímida e você também.
         Voltei minha atenção para o instrumento em minhas mãos, ele estava tímido diante de ti e minha voz emudeceu... Eu estava com vergonha, mas eu não queria que você saísse dali, na verdade queria que cantasse comigo.
         Sentou-se ao meu lado sorrateiramente e bem baixinho começou a cantarolar. Encontrei novamente teus olhos e junto com eles a força e a coragem que eu precisava para vencer aquela barreira, aquele medo... Não tinha porque eu ter vergonha de você... E nossa! Como o seu sorriso é bonito moço! Estou fascinada... E meu sorriso se deslumbrou ao sentir seu toque... Seus braços em volta de mim.
         Era um dia frio... Estava chovendo e você me aqueceu com conversas agradáveis, risos descontraídos, uma pequena taça de vinho... Na suavidade de doces canções eu me perdi me perdi nessa sua gargalhada tão menino, tão homem, nesse teu encanto de transformar lágrimas em sorrisos, silêncio em vozes altas, um coração calmo em algo parecido com o trem bala.
         O chão é reconfortante ao seu lado, nem me importo se está gelado, o céu por aquela janela tornou-se a coisa mais bela. Eu te olho fascinada e não me canso, mas ainda não me acostumei quando me olha. Eu fico tímida, moço... Eu me perco em pensamentos... Eu sussurro o teu nome, eu te chamo de amor e me delicio quando também me chama.
         Esse seu abraço revela tantas coisas quando nossos corações se conectam... Minha respiração me entrega, meus braços se apertam em volta de você e minhas mãos percorrem por suas costas... Tão fortes... E eu expiro devagar e pesadamente, sentindo toda tensão entre nós... Não sei se sabe moço, mas eu te quero, eu te desejo e eu te amo. Meu corpo no seu é um grito calado dentro de mim, seu toque é uma tortura tão doce e eu só tenho vontade de te beijar, mas tenho medo... Medo de você não entender o que talvez eu esteja prestes a fazer... E preciso.
         Eu deslizo meu rosto pelo seu... Essa sua barba por fazer, que me deixa louca, roça por meu rosto... Fecho os olhos, mas não me atrevo a te encarar... Não quero perder a coragem... Sinto que me encara e está rindo de mim, sente minha hesitação e sem que eu espere, segura por trás do meu cabelo e me beija. Ah moço! Por acaso anda lendo os meus pensamentos? Colo o meu corpo no teu, sinto um arrepio me invadir... Esse efeito que você tem sobre mim é algo que em toda a minha existência eu não vou saber explicar, só sei que é bom.
         Você para e me encara... Eu sei que te olho sem reação, mas não consigo te soltar, você me abraça apertado, eu te abraço de volta... Nesse momento o mundo é só nosso, nesse momento somos eu e você e uma lua do lado de fora testemunhando o nosso amor em pequenos versos brandos irradiados em tanta beleza e simplicidade... Um amor tão nosso... Um momento de nós dois que se tornará uma enorme lembrança, cheia de saudade... Cheia de amor...

(Carol Marchi)
        

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