Talvez x Certeza

Talvez eu não esteja aqui quando você voltar... Talvez todas àquelas nossas certezas não sejam tão certas assim... Talvez o que eu só precise para me completar seja você e para você não seja eu... O talvez, ele pode ser tantas coisas e ao mesmo tempo não.

Talvez você me encontre naquele violão silenciado dentro de você... Na lembrança da minha voz... Talvez já não seja mais um pouco de mim naquelas poesias, naqueles textos... Talvez o hoje seja diferente do amanhã e o amanhã pode nos reservar surpresas. Mas eu não quero mais o talvez... Eu prefiro as certezas... A certeza do que nós fomos... Do que nos tornamos... Quero a certeza de que as lembranças retornarão quando a saudade apertar... De que você ainda vai estar ali quando eu precisar... De que não vai fugir no primeiro sinal... De que não vai esquecer-me ou me deixar na primeira oportunidade.

Eu só quero a certeza de nossas conversas noite adentro... Sim, eu gosto delas... Eu tenho medo da noite amor e é a única coisa que me conforta é saber que você está ali... Em anos nunca me senti em paz por ter alguém e quando eu te tinha por perto era tudo tão calmo, o coração não se agitava por angustia, ele se agitava porque estava ao seu lado... E agora estamos longe... Você ai e eu aqui e o meu coração se aperta novamente na velha angustia, na saudade, no violão que já não pego mais com tanto prazer... Pra quem tocar se você já não esta aqui para me ouvir sempre? As notas se perderam em tantos acordes, a voz é rouca e falha... O mundo é o mesmo lá, mas aqui... Está uma total bagunça.

Os livros estão parados na estante, na escrivaninha ao meu lado palavras soltas em um caderno velho... Palavras que não fazem sentido... Chega a ser até engraçado o fato de tudo está tão louco... Mas é uma loucura gostosa de sentir... É um amor bom de ter. É sempre um aconchego ter alguém.

Você me olha com esses olhos castanhos escuros... Você mexe comigo até do outro lado da tela do computador... Essa distância que nos separa é a mesma que nos une e eu ainda não me acostumei com o fato de você parar e me encarar, eu fico tímida sem reação e sem saber o que falar, mas eu gosto... Gosto tanto...

Ah amor! Vem se enroscar em mim por mais uma ou duas noites, em meio às cobertas, palavras engraçadas, risadas... No nosso sexo tão gostoso... Na nossa transa tão divertida... Quero acordar nos teus braços mais uma vez, rolar para o teu peito, roubar um beijo e te desejar um bom dia preguiçoso... Sentar no teu colo e ter seu corpo no meu, meus braços em volta do teu pescoço... Nosso olhar fixo um no outro. Quero aquele sorriso para mim só mais uma vez... Sem medo, sem fuga... Quero te beijar de novo, sentir nossos lábios roçarem um no outro, como a leveza de uma brisa, como um abraço apertado e como a explosão de um vulcão... Quero aquele abraço que me acolhe que me protege... Quero você só mais uma vez aqui para eu poder chamar de meu amor, meu amigo, meu namorado... Quero você e eu sei que é pedir demais.

Perguntaram-me como eu consigo lidar com tudo isso... E eu ainda sorrio moço... Sorrio porque vale a pena me lembrar de tudo e deixar a felicidade tomar conta sabendo que nada do que aconteceu foi um sonho e sim uma realidade tão verdadeira... Tão intensa... Tão nós.

Eu sei que sou chata, tenho minhas manias e minhas crises, mas eu melhoro por você. Vem amor, para outra xícara de café, eu não bebo, mas dessa vez eu faço questão de te acompanhar, só para você ter motivos de sobra para sempre querer voltar...

(Carol Marchi)