Faltou o final




Por muitos anos aquela casa esteve ocupada por nós, por nossos momentos, nossos risos, nossas cantorias desafinadas, nossas brigas sem motivos, nossos cafés da manhã que saia quase pela hora do almoço, mas que mesmo assim não deixávamos de tomar, nossas fotos por todos os moveis, nossos livros por todas as estantes.
Pergunto-me agora onde será que tudo isso foi parar moço? Partiu junto contigo ou apenas se escondeu da minha melancolia infinita? Não sei, estou aqui na escuridão da noite com a luz suave da lua entrando pela janela, tentando loucamente interpretar esse silêncio que me machuca que me invade como se eu fosse culpada por tudo aquilo que aconteceu. Será que realmente fui? Não, não irei me culpar, não irei me sentir culpada se foi assim que desejou quando partiu. Você fez a escolha de ir quando eu pedi que ficasse você não olhou para traz nem mesmo para se despedir.
         A casa esta vazia agora, não tem seus livros, seus risos, não tem mais seu cheiro, não tem mais você, não existimos mais um para o outro. Acabou... Dos momentos ficou as lembranças e de todo os barulhos apenas esse silencio atormentador.
         Respiro aliviada de certa forma, aquilo que eu temia não existe mais dentro de mim, aquele silêncio me matou aos poucos, mas me fez revirar aquilo que estava escondido. Hoje escrevo sobre nós moço, hoje escrevo sobre tudo aquilo que houve de mais verdadeiro entre a gente.
Hoje escrevo sobre o seu sorriso e o seu cheiro, sobre o seu olhar e o meu. Hoje escrevo sobre aquilo que tivemos, mas sinto que está faltando alguma coisa, sinto que nossa história não teve um final. Que tal voltar então para podermos escrevê-lo juntos? Volta vai você não está tão longe de mim assim. Um livro não tem sentido se não houver o final perfeito assim como uma história de amor não termina com um eu te amo solto pelo ar.
E então o que me diz: sim ou não?

(Carol Marchi)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu ainda vou te roubar pra mim

Ela tem sido mais pra você do que pra ela mesmo...

A alegria de volta