Distrações




A velha camisa desbotada está jogada aos pés da cama e nossos corpos se encontram entrelaçados no chão do quarto após uma noite de reconciliação.
Você me beija a testa e me acaricia os cabelos num gesto de amor e carinho como se me protegesse de todo o mal. Sua outra mão acaricia minhas costas nuas e me arrepio ao sentir as pontas dos seus dedos tocarem minha pele, são frios e macios ao mesmo tempo.
Encolho-me em resposta aquele gesto e sorrio com o rosto mergulhado em seu peito, seu cheiro é inebriante e não tenho vontade de me levantar e sair daquele aconchego. Posso sentir sua respiração quente e acelerada enquanto beijo seu pescoço e posso também sentir um sorriso malicioso que começa a surgir. Não resisto em te provocar é bom te levar a loucura.
Sinto agora, suas mãos no alto da minha nuca, puxando os meus cabelos e jogando minha cabeça para trás, para um beijo que não me dá nem tempo de pensar.  É um beijo desesperado, um beijo de alguém que não sabe esperar... Que demonstra amor sem medo. Nem me importo, sinto suas mãos percorrerem por todo o meu corpo, seus lábios a passearem pelo meu pescoço, pela minha boca... Nossa! Como você é bom nisso!
Adormeço em seus braços que para mim é o paraíso e durmo feito uma criança que brincou o dia inteiro e se cansou.
Acordo bem antes de você e visto sua camisa e saio para a cozinha para preparar o café, ligo o som e começo a dançar.
O café está pronto e servido, enquanto danço feito uma louca, você me olha sorrindo da porta, tem as mãos no bolso da calça de pijama e o cabelo bagunçado. Corro e me atiro em seus braços, do café nem nos lembramos, e mais uma vez nos deixamos levar pelo desejo e pelo prazer. E só para constar amor, ainda faltam muitos cômodos que não inauguramos. 


(Carol Marchi)
 

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