Ao som de um vinil... Vou procurando certezas!




Quanto tempo faz que não ouço sua voz? Acho que já faz muito tempo. Talvez eu tenha me acostumado a ouvir os ruídos de um lugar silencioso, onde só há o barulho do vento batendo as janelas, ou somente as lembranças que não me permito esquecer.
         A casa anda tão sem graça. Perdeu a cor, perdeu o significado que possuía antes de você ir. Mas eu tentei amor, tentei te procurar e encontrar motivos para esquecer tudo o que aconteceu. Eu juro… Tentei perdoar a dor que ficou em mim, e a falta que você me faz. Mas não importa o que eu faça você sempre volta e vai... Volta me trazendo as alegrias e o sorriso que nem sempre é para mim, mas traz também a certeza, que em pouco tempo, você já terá partido outra vez... Mas talvez esse seja mesmo o seu destino, a partida, e talvez o meu seja aceitar e te esperar, ainda que eu não saiba por quanto tempo. Mas eu espero, amor. Espero para sempre se precisar. Saiba que ainda estarei aqui, quando resolver voltar pra casa; e estarei pronta para quando tiver que me deixar outra vez.
Mas, quando vier, traga lembranças suas para que eu nunca as esqueça... Traga aquele velho vinil para que eu o escute todas as vezes que você não estiver por aqui... Traga também aquele velho livro para que eu possa te encontrar em cada página... Traga em cada ida e vinda um pouco de sua roupa... Um pouco de você. Traga tudo de volta amor, e preencha a casa novamente. Preencha esse silêncio com esse seu riso exagerado e alegre, com essa sua voz ao cantar músicas que falam de amor... Traga meu sorriso e permaneça aqui, para vê-lo todos os dias quando acordar... Apenas venha e tome o seu lugar de volta... Apenas venha e permaneça aqui... Apenas venha se for para ficar de vez. Já não sei se suportarei mais uma vez ver sua xícara de café vazia na prateleira da cozinha novamente por um longo tempo... Não sei se suportarei ver a velha vitrola parada acumulando poeira... Ou até mesmo aquele velho livro intocado e parado na metade onde ninguém deseja saber o final... E até mesmo a sua ausência toda noite naquela cama fria, onde minha única companhia nos tempos de hoje é a solidão. Então moço, pensei bem, muito bem... Se for pra ficar, venha. Se não for, pare de maltratar aquilo que me mantêm viva... Meu coração já não suporta mais tantas idas e vindas de alguém que não tem certezas daquilo que quer...

(Carol Marchi e Carol Christiane)

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