Apenas mais uma de amor




Era apenas mais uma noite de quarta. O único diferencial é que haveria ali, uma confraternização para comemorar mais uma festa. Todos riam, comiam e a moça só sentia seu coração se apertar cada vez que o ponteiro mostrava que era quase hora de se apresentar. As pessoas eram conhecidas, mas o nervosismo existia... Seria uma noite diferente de todas.  O princípio de algo que ela tanto queria e escondia que não tinha certeza se um dia se tornaria real e, mesmo assim ela subiu e ao começar a cantar procurou pelos olhos que tanto queria encontrar.
O tempo parou quando ela os encontrou... O moço estava ali e se levantou para encará-la. Sentiu seu rosto enrubescer e sorriu e, em resposta ele sorriu de volta. Ela continuava encarando aqueles olhos sem saber o que se passava pela cabeça dele, mas ela tinha a total certeza de que o que mais queria era estar em seus braços, roubando mais um de seus abraços que ela tanto amava e ele não sabia... Ela só queria ter a coragem de roubar um beijo, de roubá-lo para si. Naquele momento não existia ninguém, somente eles... Perdidos em pensamentos causados pela canção.
Ela não sabia, não fazia ideia, de que a música que ele tanto pedira para ela cantar, era para lhe dizer alguma coisa. E “apenas mais uma de amor” passou a ser uma de suas músicas favoritas... A música que daria início a uma história arriscada, mas que ambos não conseguiam mais esconder um do outro.
E o primeiro beijo demorou a sair, mas foi o momento mais esperado e desejado pela moça. Ao tocar os lábios dele ela sentiu seu coração se acelerar e a bater como se fosse uma bateria de escola de Samba. Toda a espera, ansiedade, desejo e vontade foram depositados ali, naquele momento que era só deles e de mais ninguém.
E enfim, a moça descobriu que aquela quarta, não tinha sido uma quarta qualquer, porque foi à primeira vez em meses que eles se olharam com a certeza de que um sentimento forte existia e estava a ponto de transbordar, porque foi ali que todas as dúvidas que a moça tinha, tornaram-se certezas, porque foi a partir dali que ela tomou coragem para revelar o que sentia... Porque foi ali que apesar de todo o medo, de todas as certezas do futuro que o envolviam, que ela descobriu que era amor e que pela primeira vez ela também poderia ser correspondia e sentir-se amada.

(Carol Marchi)

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