A tua ausência...
Eu choro no
silêncio do meu quarto. Choro tua ausência, toda saudade acumulada por anos que
passam e que não diminuem a falta que você me faz. Choro toda dor que eu queria
chorar em teu colo, só para ganhar mais um afago e um abraço que curasse toda a
angústia que habita no meu peito.
Hoje mais um
ano se vai. Você não está aqui, eu ainda não consegui aprender a lidar com o
espaço enorme que você deixou.
Olho para minha irmã e vejo o teu reflexo, sorriso aliviada por saber que um
pedaço teu está tão perto de mim... Hoje o meu lugar foi no colo dela, enquanto
as lágrimas escorriam e ela me perguntava um pouco espantada "o que foi
irmã?" e quando eu lhe disse que eram saudades da vovó, ela me olhou com
ternura e me beijou a testa. Senti teu beijo... Senti seu carinho, senti você.
Toda a euforia cresceu em mim, e uma paz muito grande pairou em meu coração.
Hoje
o dia não é dos melhores, meu desejo é que passe, meu desejo era de que nunca
ele deveria ter existido. Não tão cedo... Não tão assim de repente. Minha
respiração não se aquieta. O coração está acelerado... Tudo está sufocado,
porque não quero chorar, não quero que se preocupes comigo... Preciso deixar
que você, descanse, mas simplesmente não sei como te deixar ir... Ainda não aprendi
a fazer isso, ainda não encontrei as palavras para lhe dizer adeus, para deixar
que encontre paz... Desculpe-me, mas é que preciso tanto de você... Tanto que
chego a me perguntar como eu faria se você não existisse em minha vida. Sei que
minhas palavras saem como se você ainda estivesse aqui e como se fosse parar
para ler mais um de meus textos dedicados a você... Mas eu sei que está... De
algum jeito você está.
O
aperto está presente, as lágrimas se formam... Fecho os olhos enquanto sinto-as
escorrerem... É hora de adormecer e sonhar com você, com seu rosto a me sorrir,
sua voz a chamar por meu nome, seu abraço a me acolher e ter a minha saudade
aumentada e traduzida nas notas de nossas canções favoritas, nas linhas traçada
das perfeitas melodias, montadas nos mais belos acordes e na pureza das letras
que um dia tanto nos encantou. Mas nada é tão sincero quanto o eu te amo que
nas poucas vezes, eu lhe falei e que hoje me doem perdido naquele último abraço
que não te dei.
(Carol Marchi)
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