Naquela noite...

Eu estava sentada ao fundo do salão, tocava meu violão e arriscava nas notas e nas linhas melódicas alguma canção. Você se aproximou e sentou atrás de mim. Eu notei sua presença e sorri, mas disfarcei para que você não notasse tanto assim. Seus olhos sobre mim eram como um holofote e eu cantava para você ouvir. Você tinha o braço apoiado no banco e a cabeça apoiada na mão. Seus olhos brilhavam e você sorria. Sua expressão estava paralisada, você estava vidrado em mim. Parecia uma criança, uma criança que eu adoraria colocar no colo e acariciar os cabelos, o rosto... Chamar de meu. Evitei encontrar seu olhar, minha timidez não me permitia olhar para o lado, fechei os olhos e deixei-me levar por aquele momento. A música terminou. Você aplaudiu, gritou, fez-me sorrir e me deixou mais envergonhada do que eu já estava, mas eu não queria que aquele momento acabasse então fiz com que ele se prolongasse por mais alguns minutos. Larguei meu violão e me virei para você. Fitei seus...