Sentimentos sinceros...
E por que
esconder as lágrimas quando elas querem se fazer presente? E por que sufocar
aquele grito preso na garganta, quando a solução é deixar que ele, saia por
esse mundo afora entoando o eu te amo? São sentimentos que estão sufocados aqui
dentro e gritando para serem libertos. E por que querer acreditar que o final
não dará certo se ainda nem tentou o início? Dói muito amar e não poder dizer eu
te amo para quem mais se quer, não é? Pois é. Dói e muito.
Pela
primeira vez vou escrever sobre o que eu sinto. Traduzindo os meus sentimentos
sem criar personagens. Serei eu... Apenas eu.
Não é
fácil escrever ou expor os sentimentos tão claramente, mas eu amei. Amei
intensamente pela primeira vez, da forma mais pura e verdadeira. Apaixonei-me
por um olhar, por um sorriso, por uma voz, por uma pessoa que não era tudo
aquilo que eu pensei que fosse. Apaixonei-me por um sonho, por uma imaginação,
por uma vontade. Apaixonei-me pelo mistério que lhe envolvia e pela química que
pensei que tivéssemos. Tudo cria de um coração apaixonado e desenfreado
buscando loucamente o aconchego daquele que amava.
Senti
ciúmes sim. Engraçado né, sentir ciúmes de algo que nunca me pertenceu. Mas e
daí? Eu achava que deveria ser meu e tudo isso vinha no pacote, e o ciúme não
podia faltar. Não era loucura era apenas o medo de perder. Mas perder o que?
Nunca me pertenceu. Você nunca foi e
nunca será meu e por mais que eu crie coisas na minha cabeça você não vai
saltar da minha imaginação para a minha realidade somente porque eu quero e
sinceramente ninguém pode viver de sonhos eternamente, chega uma hora que temos
que acordar. A vida exige muito de nós para que fiquemos sentados esperando o
amor que achamos ser o certo chegar e fazer a sua vida virar de cabeça para
baixo.
Então, eu
criei tudo na minha mente. A família que teríamos os filhos, o casamento... Ah
o casamento como eu queria que ele fosse real. Como queria trocar alianças e
lhe prometer diante Deus amar-te, respeitar-te, te ser fiel, estar ao seu lado
seja na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, até os últimos dias de
nossa vida. Como eu queria discutir com você coisas idiotas. Móveis da casa,
cor da parede, o nome dos nossos filhos, porque nós teríamos dois. Como eu
queria numa noite de quarta a noite sentar no sofá, esparramada em seu colo te
desafiando para alguma brincadeira sem sentido. Ou até mesmo numa tarde de
domingo com passeios pelo parque de mãos dadas, ou em uma viagem sem destino e
sem hora para voltar. Ou num sábado à noite sairmos para irmos a um cinema e
depois para um jantar romântico ou comer qualquer besteira. Estando com você
nada importa. Nem o tempo.
Mas o
tempo mostra verdades... Deixa marcas... Ensina coisas. Não quero que sejamos
apenas personagens assim como Romeu e Julieta. A verdade é que o amor de Romeu
e Julieta foi uma ilusão criada por Shakespeare para mexer e bagunçar com os
sentimentos alheios. Quero a realidade doce de um amo verdadeiro, quero a
ternura de um beijo nos lábios, um beijo real e cheio de paixão. Não quero
apenas os encontros casuais. Não quero a velha sensação do vazio habitando no
peito. Não quero a saudade fazendo morada em mim.
Quero
poder correr para os seus braços, esquecer-me do mundo. Não quero mais
ter que dizer adeus. Não quero mais o medo habitando em mim e nem as
tremedeiras na perna por estar ao seu lado. Quero apenas o frio na barriga por
estar contigo, os olhos grudados um no outro, a respiração em perfeita sintonia,
o sorriso sendo correspondido e os lábios se tocando sem nenhum impedimento.
Só queria
ter com você uma história real e não uma simples encenação fajuta criada na
minha mente em que o final é sempre o mesmo: você dizendo adeus e eu
despertando do meu sonho para mais um dia em que você não existiu, mas no qual
a sensação de ter sido real se faz bem viva em mim. E a saudade e o vazio se
fazendo constante sem nenhum alarde, apenas indicando que continua e que sempre
continuará ali a me atormentar.
(Carol Marchi)
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