Apenas um recado




Ei moço! Começo lhe escrevendo assim... Enchendo-te de perguntas sem importâncias, somente para termos algum assunto para falar... Onde está agora? Continua no mesmo lugar ou já mudou sua rota? Seu destino... Sua estrada... Habita em novos corações e continua deixando nos antigos seus velhos rastros? Saudades? Raiva? Ódio? Amor?
Pois é, você deixou isso tudo em mim... Um pouquinho de cada coisa... Deixou saudades, raiva, ódio e muito amor...
A pior coisa da vida é a realidade essa me machuca e dói. Tem horas que eu adoraria viver no meu conto de fadas onde pelo menos lá tudo parece perfeito e no lugar e não essa bagunça que está dentro de mim.
Estou confusa sem saber o que sentir. Tem certas horas que tenho vontade de te abraçar e outras de simplesmente lhe enfiar a mão na cara. Tem horas que eu quero pôr você no meu colo e te ninar como uma criança, te acariciar os cabelos e beijar-te a testa, mas também sinto muita vontade de te mandar para o espaço apenas com passagem de ida para nunca mais voltar.
Se eu pudesse voltar no tempo teria mudado muita coisa na minha vida, mas daí eu paro e penso que se eu a mudasse nada valeria a pena porque eu não faria metade do que fiz até hoje e também, não teria conhecido as pessoas mais importantes na minha caminhada que fizeram da minha vida muito melhor. Não posso querer mudar o rumo da história por sua causa. Não posso deixar de viver a minha vida porque você não faz parte dela.
É dos erros que vem os acertos. Errei por ter amar e estou tentando acertar ao querer tirar você de mim. De que me vale as lágrimas a não serem para inchar meus olhos e me deixar com o rosto horrível e com uma expressão irreconhecível de quem acabou sendo atropelada por um trator sem dó nem piedade.
O velho nó na garganta veio me visitar... Daí Deus me disse que não valia a pena chorar. Engoli as lágrimas e segui em frente. Não sou tão fraca quanto você pensa. Fui fraca o bastante pra deixar que você entrasse na minha vida, mas agora serei forte o bastante para te fazer sair dela.

(Carol Marchi)

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