Alegria



As estrelas no céu surgiram perguntando por você e com medo de dizer que você havia ido embora, eu menti, disse que você havia saído e não tardaria voltar. Elas te esperaram, assim como eu também esperei, mas eu sabia a verdade e sabia que você não iria mais voltar.
O tempo passou, e novamente lá estou eu deitada na grama verde, vendo a lua surgir com lágrimas nos olhos. Ela canta canções tristes, canções de despedidas e para não deixa-la só, pego meu violão para acompanha-la naquela melodia tão melancólica.
Ela também te amava, amava seu sorriso. Ela tinha esperança em nós, por isso ela sempre vinha nos visitar nas mesmas horas e nós achávamos engraçado, mas não sabíamos que ela vinha por vontade própria apenas pensávamos que era pura coincidência. Mas não, ela estava ali com um propósito, o propósito de nos mostrar que amar tem um significado muito especial.
Ela me olha tristonha, acompanhando agora a canção que surge através da minha voz. Parece que não quer ouvir sobre sua partida, mas se ela soubesse o quanto dói em mim ter que contar em detalhes cada lembrança daquele dia doloroso, não me olharia com aquele olhar de reprovação, afinal eu só estava tentando contar às estrelas o porque dele não voltar mais.
Eu sigo pela rua vazia, sem ninguém, nenhuma companhia, todos resolveram me abandonar, a única coisa que segue comigo é o cheiro dele que ficou preso em meu casaco após a última vez que nos abraçamos. Sim eu me lembro, me lembro dos seus braços me envolvendo e sorrio sozinha pela rua, como uma louca.
Ainda não perdi as esperanças sei que um dia ele voltará por isso volto a cantarolar, mas dessa vez canções felizes, acordes simples e harmoniosos. Ei lua vem andar comigo novamente, ei estrelas alegrem-se ele não tardará a voltar, eu sinto, eu sei, eu o conheço. Logo estaremos todos novamente tocando, cantando e dançando como nos velhos tempos.
Ei espere eu o vi voltar! Ei amor aqui estou eu! Veja lua, vejam estrelas ele voltou!
E ele tomado pela aquela sensação de alegria e surpresa, não desviou o olhar de mim e com um leve consentimento cedeu-me o lugar que era meu por direito.

(Carol Marchi)

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