Emaranhados de sentimentos




Aquele sorriso na porta fez o mundo parar... Eu juro que eu tentei não olhar, mas foi hipnotizante. Foi como perder o fôlego durante uma corrida e eu não conseguir me mover. Faltaram as palavras que eu tinha em mente para dizer, faltou tudo moço... Menos as cores em volta de você.
Eu pensei em me aproximar, mas o medo me fez permanecer onde eu estava. Você sorria e conversava, era bom te ver totalmente descontraído... Por isso resolvi sair dali... Não podia dar tanta bandeira. Não podia sequer me dar o luxo de me aproximar, meu olhar me condenaria, tudo em mim entregaria nós dois.
Que ironia do destino, jurei nunca mais amar, nem pensar sequer, mas todas as vezes que eu te olhava, eu via que havia sido a melhor coisa em tantos anos na minha vida. Sento e te olho ao longe... Queria ter o poder de fazer meus olhos mudarem de direção, era bom te ver sorrindo, mas com certas pessoas era estranho. Seria ciúme? Isso não é uma dúvida amor, mas sim uma certeza bem nítida. Sim... Era ciúme!
Eu contava as horas para estar em teus braços... Ali era o meu lugar. Seu colo era o único aconchego que eu precisava, seu perfume era o único cheiro que queria ter em mim, queria que por um instante tudo parasse e fizesse sentido. Nós éramos um erro, mas era o erro que eu cometeria todas às vezes na minha vida, você seria a escolha de todas as minhas opções, em meio a qualquer caos.
Nossa foto na tela do computador remete as lembranças de um passado que é presente, um presente de um futuro incerto... Cheio de medos, interrogações... Nós somos bagunça, nossa estrada tem um emaranhado de plantações... Você gosta de cuidar de jardim, então fica e cuida do meu. Não sou capaz de lhe prometer somente rosas, tem dias que eu serei espinhos, mas eu prometo não te machucar... E somente você é capaz de arrancá-los. Suas mãos tem a delicadeza para lidar com isso...
Vem e afaga meus cabelos, rouba-me sorrisos, morde minha orelha e me faz cócegas. Deixe-me ser o seu cobertor de orelha e seja o meu cobertor para a vida toda. Mistura o gelado do teu corpo com o quente do meu... É só o que eu desejo sentir novamente. Eu sinto sua falta, e eu tento mentir para eu mesma dizendo que não, mas o coração se aperta e forma um nó na garganta, se mistura com outras saudades e faz tudo ficar insuportável.
Eu conto as horas para poder te ver, e o relógio demora a girar os seus ponteiros que me parecem tão inúteis a essa altura... Definitivamente o tempo nunca foi meu companheiro mais fiel, não será diferente agora. Desculpa se te chamo de amor... Se te quero tão perto quando tem que estar longe, se te quero comigo quando nem podes ser meu... Desculpe-me ser tão egoísta, mas me desculpe mais ainda por não estar mais suportando tudo isso sozinha... Quero-te e não posso te ter. Amo-te e nem sequer posso contar ao mundo... O problema é que não sei viver longe, pois de qualquer maneira ficar sem você por perto não chega a ser tão ruim quanto não tê-lo de jeito algum.
         Amo o seu sorriso, amo você, mas isso já está tão clichê... Você sabe de tudo isso, sabe que sou sua e o que mais tenho medo é que se um dia eu deixar de ser, quem irá cuidar de mim assim como você? Ficam-se as dúvidas e nenhuma com respostas... Eu deixo que o tempo cuide ou cure nós dois, pois você pode até amar duas coisas ao mesmo tempo, mas com uma sempre serás falho e ai entra o meu medo... Eu sei o que vai acontecer meu bem e mesmo assim eu ainda insisto em permanecer, pois já não sou capaz de suportar viver em um mundo no qual você não faça parte.

(Carol Marchi)

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