Eu sei de tantas coisas e não tenho certeza de nenhuma




Enquanto a chuva cai lá fora, nessa tarde de domingo, aqui dentro do meu quarto eu me perco no silêncio, me perco nas palavras, e perco nessa saudade que sufoca que faz chorar.
Eu fui embora por medo de me apaixonar de novo... Sem lamentações eu também não estou bem. Eu prefiro me perder aqui na certeza da ausência do que tentar me achar na incerteza da ilusão, da fantasia, das mentiras, das encenações.
Eu sei que você não vai voltar, eu sei que nós nunca seremos um, sei que também não iremos nos falar, sei também que o passado que é onde você habita não se tornará presente. Sei de tantas coisas, mas prefiro não acreditar em nenhuma... Sabe como são coisas de amor, coisas que machucam, como a verdade das palavras e a falsidade dos olhares.
Eu queria que nosso amor fosse como, nos livros românticos, com finais felizes. Não queria que fôssemos os personagens, queria ser só eu e você com uma história de amor que pudesse ser descrita, mas eu me acostumei, me acostumei a me acostumar.
Noites mal dormidas, um turbilhão de pensamentos tomando conta da emoção, saudade indomável, medo do futuro... Confusões... Amor que não pode ser declarado, que está sufocado dentro do peito, brigando para partir, lutando para permanecer... Querendo ser correspondido e chorando por não ser nem reconhecido.
Eu sei que uma hora isso vai passar e que a saudade vai deixar de ser rotina e que o sorriso voltará a aparecer. Eu sei de tantas coisas, mas tenho medo de encarar a realidade, eu sei que sou capaz de te esquecer, mas tenho medo de sofrer e deixar um vazio enorme no espaço que você ocupa em mim.
Eu sei de tantas coisas e não tenho certeza de nenhuma.

(Carol Marchi)

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