Querido Diário

Querido diário
eu sei que não tenho te escrito por algum tempo, mas hoje eu voltei. Não tenho com
quem falar e nem desabafar, de um modo que me entendam.
O tempo tem
passado rápido, ele não está aqui, ele não está aqui de modo algum, agora só uma
vez na semana e quando dá. Tem sido difícil, mas eu tenho tentado controlar,
mudar, me policiar. As lágrimas são minhas visitas rotineiras durante toda a
noite, antes, eram nossas conversas que tapava esse vazio que a falta da presença
física dele fazia, mas agora é só a elas que tenho de companhia.
Eu tentei não
escrever mais, estava tudo indo bem, bom, nem tão bem assim, mas estava suportável.
Ele me faz
falta, ele é o aconchego da minha alma, a minha morada. Era o melhor bom dia que
eu poderia receber pela manhã, era meu último sorriso da noite. Eu não sei como
ele está não sei o que anda fazendo, mas espero que ele esteja bem e que às
vezes pense em mim de alguma forma, talvez esteja sendo melhor pra ele sendo
desse jeito, afastado de coisas que ele quer evitar, mas dói pensar isso.
Releio nossas últimas
conversas às vezes, e bate aquela vontade de ligar, mas não posso, eu não tenho
esse direito. Foi bom vê-lo, ele estava lindo, o mesmo sorriso pelo o qual me apaixonei,
o mesmo calor e cheiro… ele ainda estava ali, o cara por quem me apaixonei, o menino
homem que eu conheci, ainda morava nele. Mesmo depois de tanto tempo sem vê-lo,
é bom saber que não nos tornamos estranhos um para o outro e que nossa intimidade
permanece.
Querido diário,
toda noite eu rezo por nós dois, está oração não me convém, mas eu peço. Minha
fé está fraca, abalada… o coração aos poucos está se fechando e a saudade castigando
sem pena. É por ele que peço, é pra ele que quero entregar todos os carinhos retidos
em mim, pegar sua mão e entrelaçar na minha, beijá-lo… já se passaram um ano e oito
meses e pela primeira vez eu comemorei essa data sozinha… sem um retorno… o
tempo tem sido cruel, mas ele não vai fazer dos meus sentimentos cinza, pois
ele ainda está bem vivo dentro de mim...
(Carol Marchi)
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