Desabafos de uma noite qualquer




Eu queria dar motivos pra ele ficar, pra ser mais exata, eu queria ser o motivo. Toda noite quando nos falamos eu fico na expectativa dele me dizer que mudou de ideia e está arrumando a mala pra vir morar comigo, que está trazendo seu coração pra vir morar em mim.
Toda noite em cada boa noite e despedida, um pouco de mim se vai com ele. É um dia a menos na nossa conta, afinal um amor com prazo de término, não podia ser diferente. Agora imagine viver nessa expectativa se termina ou continua se vai ser pra sempre ou se vai acabar amanhã.
Às vezes eu fecho os olhos e é como se ele tivesse aqui, ao meu lado me abraçando me falando bobeiras pra me fazer rir. Mas ele não está, são coisas que minha cabeça cria para que seja diminuída essa saudade que só aumenta.
 Esse texto mais parece um desabafo do que um texto de amor, ou de saudades e de partidas. Eu não sei exatamente sobre o que escrever no momento, pois as únicas coisas que tenho sobre mim são dúvidas e incertezas, a única certeza que ainda me resta é do nosso amor, mas isso não é motivo suficiente para fazê-lo ficar.
Tem dias que eu acordo um saco, não querendo nem sair da cama, passo a noite chorando, eu acordo de cara inchada e tenho apenas vontade de ir correndo para os braços dele ou mandar mensagem, mas para ficar horas e horas conversando, não horas e horas esperando. Eu entendo, ele tem os seus afazeres e eu deveria me ocupar também, mas qualquer tentativa de ocupação têm me levado a surtos.
Hoje eu tive saudade, mas o sono o roubou de mim e ele se foi e minha saudade está aqui contínua, impossível de ser morta, logo eu que esperava passar meu aniversário em seus braços, que estava contando os dias nos dedos, descubro que as coisas não irão ser como eu tanto sonhei. Vai ser eu aqui e ele lá e eu me pergunto até quando viver nessa espera.
Sim, foi uma escolha minha, mas eu pensei que as coisas pudessem mudar, mas ao que vejo nada muda tudo permanece igual. O sono me falta e a saudade grita pelo o nome dele, eu mando mensagens, mas converso com vazios e não obtenho respostas.
Já compus uma canção, não uma que fale de nós, já estudou, já contei carneirinho e o sono não vem. Escrevo esse texto na esperança dele vir, mas ele não vem. Ele não vem, mas a saudade vem, o choro vem, até mosquito vem e eu continuo aqui à espera de um milagre.
O que me conforta é saber que amanhã ele volta, mesmo que por poucos minutos, mesmo que o sono o roube de mim, mesmo que ele não se despeça ele passa apenas para saber como eu estou e eu o amo por isso, pelo esforço de mesmo cansado ainda parar para falar comigo. Ele é meu até quando for para ser...

(Carol Marchi)

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