O dia já se foi




Ei amor, hoje a noite foi pesada. O silêncio que caiu sobre ela foi de assustar. Meu sono resolveu me abandonar mais uma vez e sei que àquela hora você já estava totalmente apagado. Mas é que eu precisava tanto desse seu sorriso, precisava tanto ouvir a sua voz me trazendo o conforto que desejo sentir, que a minha vontade foi te ligar no meio da madrugada e te pedir pra que me escutasse, pois eu precisava desabafar com alguém. Mas era tarde pra isso, então simplesmente fechei os olhos e tentei distrair meus pensamentos... Sem sucesso.
Ás lágrimas, elas caíram involuntariamente, eu tentei segurá-las, mas achei que prender o choro seria muito pior. Minha cara está inchada, meu coração apertado, querendo gritar, querendo encontrar seu abraço. Eu ando precisando muito mais de você do que somente a minha própria companhia. Eu perdi o pouco do orgulho que eu tinha, me tiraram as coisas que eu mais amava, e me pergunto quando será que nossa hora vai chegar. Você ainda não pensou sobre isso, mas eu tenho pensado constantemente. Por medo, medo de sentir tudo de novo, aquele sentimento de perda, tendo você diante de mim sem ao menos poder fazer um carinho... Querendo te tocar e não podendo, querendo te beijar e tento que me controlar.
A vida tem me pregado peças que não esperava. Como lidar com perdas se eu não sei fazer isso? Sou fraca, sentimental, não consigo ver o que eu amo partir sobre as minhas vistas e eu nem sequer poder fazer nada.  Tanta coisa acumulada sobre mim, tanta confusão girando aqui dentro e a minha única certeza é saber que você ainda está aqui, mas até quando você estará?
Minha cama é fria, eu acordo todos os dias e encaro o teto, hoje não será diferente. Estou cansada, será só mais uma noite mal dormida. A insônia voltou a fazer parte de mim, aquele sentimento ruim voltou a me visitar e eu começo a ter medo da noite outra vez. Ela é vazia, sombria e confesso que nem a lua tem feito dela um lugar melhor.
Já é tarde para te escrever, eu sei, por isso não vou te enviar essa mensagem agora, deixo para amanhã quando o dia chegar. Desculpe-me desabafar assim, é porque não tenho em quem confiar para fazer isso. Meus amigos já não são tão amigos assim, com minha mãe não consigo conversar sobre certos assuntos. Só me resta você, com quem sei que apesar da distância eu posso contar que mesmo longe vai ter um tempo pra mim. Obrigada pela paciência e por aceitar o caos que eu sou, a bagunça que eu me tornei. Obrigada por ser o porto seguro que eu nunca encontrei em ninguém.

(Carol Marchi)

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