Nos braços do amor
Era
madrugada de sexta para sábado, sozinha no quarto eu escutava os passos acima
de mim. Ansiosa por cada barulho esperava que ele adentrasse o mais rápido
possível meu quarto.
Eu sentia
saudades do seu corpo esquentando o meu, ou melhor, dizendo, gelando o meu. Eu
sentia falta daquele toque, das carícias, das nossas conversas embaladas por um
sono que ambos tentavam vencer. Eu sentia falta de nós dois perdidos naquele
emaranhado de lençóis, enquanto eu deitava em seu peito e ele me acariciava os
cabelos e jogávamos conversa fora. Eu lhe roubava vários beijos e sentia meu
corpo se desfalecer toda vez que jogava seu peso contra mim. Com toda certeza,
era uma das sensações mais gostosas e familiares.
E meu
sorriso cortou o rosto quando o vi entrando e vindo até mim. Pergunto-me,
porque será que o amo tanto? Ele é tão malandro, mas é tão meu, mesmo que não
inteiro... Ele é meu.
A noite
era tão fria, mas ali dentro parecíamos dois vulcões. Nossas mãos entrelaçadas
depois que fizemos amor, sua respiração tão calma quando não mais podia
resistir ao sono... Eu juro que poderia passar o resto dos meus dias admirando
aquela cena, sentindo-o em mim. Abraça-lo me dava a certeza de que aquele
momento era real e quando ele me abraçava eu me sentia em casa, e sabia que era
exatamente ali que eu deveria estar.
O relógio
despertou e eu não pude deixar de achar graça no seu modo tão desesperado de
levantar. Era hora de ele ir, mas na verdade eu só queria que ele continuasse
ali. Eu o olhava com a certeza de que minha noite tinha sido ótima e ele ao
mesmo tempo em que assustado me parecia sereno. Eu gosto desse rebuliço que ele
me causa, dessa paz que só ele me traz.
Ah se ele
soubesse o quanto meu mundo se ajeita quando ele vem. Ah se ele soubesse o
quanto meu sorriso é sincero toda vez que ele me toca e quando estou com ele.
Ah se ele soubesse o bem que me faz... Ele não partiria nunca mais.
Viro para
o lado enquanto o ouço subir novamente as escadas, permito que meus olhos se
fechem e que meus pensamentos descansem e se deliciem naqueles momentos que
acabaram de acontecer. Ele me faz bem e feliz, só não gosto quando ele cisma em
me dizer adeus.
(Carol Marchi)
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