Coisas de amor... Estranho amor!!!

Eu disse adeus do horizonte, contendo as lágrimas e te olhando de longe. Eu precisava partir, estava sufocando em meio a tanta dor, nadando profundamente por uma solidão que não deveria me pertencer... Seus olhos inexpressivos com a minha partida. Eu esperava ouvir um “fica aqui, por favor, não vá eu preciso de você”. Eu esperei ali, até a minha última esperança, até eu cansar, até eu desistir... Eu esperei que você gritasse o meu nome, chamasse por ele como sempre fez... Mas você preferiu permanecer em silêncio. Eu vi você partir, de longe eu te olhava como eu sempre fazia ao te contemplar pela manhã. Até na hora da despedida seus olhos sustentaram os meus. Contive o choro, eu precisava deixar você ir embora do meu mundo para que você pudesse ser feliz, eu precisava deixar você livre, pois eu tinha medo, medo do que outras pessoas poderiam dizer sobre nós... Medo de te magoar, mas vejo que essa parte foi inevitável. Seu adeus para mim foi duro, vê suas lágrimas caindo inces...

Eu devoro o teu olhar, perco-me na paz do teu mundo e descubro que de calmo ele não tem absolutamente nada. Passei pela tua guerra e quis me juntar a tua batalha, fui a primeira a me alistar para o seu exército e sorrateiramente hasteei minha bandeira para que você soubesse o meu nome e por qual motivo eu estava ali lutando. Estava lutando para que no fim o meu prêmio fosse o seu amor. Liguei a TV, você esparramado no sofá ocupava todo o espaço e resmungava qualquer coisa que eu não entendi, eu vestia a sua blusa e sentei-me no chão e encostei-me ao sofá, roubei-lhe um beijo, enquanto você distraído analisava os traços do meu rosto e do meu corpo em meio a sua camisa. Senti minha bochecha queimar ao ver que estava sendo analisada, mas ignorei o fato de que você estava fazendo isso de propósito. Você escorregou para o meu lado e esfregou seu nariz pelo o meu pescoço e o beijou... Arrepiei-me só de sentir seu hálito quente e essa sua barba por fazer em contato com a minha pe...

A tarde era calma... Da janela de casa o horizonte merecia ser pintado e gravado em tela, o vento era suave e você estava sentado na grama, de baixo da sombra de uma árvore. Eu queria me aproximar, mas a nossa proximidade era distante demais. Dois mundos que não se encaixavam, duas pessoas que não se entendiam, que se amavam, mas que tinham limitações que impediam de estarem perto. Seu olhar era distante, seu pensamento com certeza em outro lugar. Queria te tocar, encostar minha cabeça no seu ombro e envolver meus braços nos seus... Queria sentar-me ao seu lado e te observar mais de perto. Então eu parei de caminhar e apenas me sentei do outro lado e fiquei te olhando até você perceber que eu estava ali. Eu namorava o teu sorriso da mesma forma que a Lua namora o mar. Seus olhos procuraram pelos os meus e quando finalmente se encontraram, você sorriu e eu sorri. Não sei explicar muito bem qual é a sensação que adentra o meu coração quando momentos assim acontecem, só sei q...

Eu me vi vagando pelas ruas, a chuva caia e eu não tinha nenhum guarda chuva para me proteger daquelas gotas pesadas, daquele frio que invadia meu corpo. Eu não corri... Eu já não tinha mais pressa para nada. Eu sentia a água encharcar meus cabelos e minha roupa e eu andava sozinha, ninguém se atreveu a por os pés para fora de casa... Acho que realmente eu era louca. E lá estava eu, perdida em sua rua. A luz em seu apartamento estava acesa e havia uma sombra atrás das cortinas... Era você. Eu conhecia suas curvas, seus gestos e, eu sempre sorria só de pensar em você... Irônico não? Hoje não foi tão diferente assim. Volto para casa. Na mesa o velho diário, em suas páginas uma historia de amor, em suas linhas uma letra trêmula, borrões de um passado bem presente... Marcas de café que encerram os momentos... No alto da mesa a velha lâmpada a iluminar o pequeno ambiente que era próprio de nós dois... Por entre a janela, a luz fraca da lua que vem me visitar. A história se re...