O passado

Estou perdida no tempo. O vento bate serenamente no meu rosto nesta tarde nublada. Parece que vai chover, mas não tenho certeza disso ainda, não liguei o rádio e nem a TV para saber notícias do tempo. Estou sentada em uma pedra fria, acompanhada por uma taça de vinho, olhando as ondas que batem e respingam em mim e junto às minhas mãos, trago uma carta escrita de próprio punho por alguém que um dia prometeu não partir. Lágrimas caem, molhando a carta que possuía uma caligrafia perfeita, onde cada palavra escrita parecia ser um punhal que abria enormes feridas em meu peito. Observo o cair da tarde e o princípio de uma noite que parece que será longa. A lua hoje, não quis mostrar sua beleza e nem me fazer sorrir por um breve momento, só o brilho das estrelas nessa noite já me é suficiente. ...